(Photo credits: Warren Richardson, Australia)
O que nos conta uma foto sobre determinado evento? Que força emocional ou editorial tem?
Estes são alguns dos tópicos de apreciação das fotos a concurso no World Press Photo. Este ano a 59ª edição desta exposição mundial expõe a selecção feita a partir de 82 951 fotografias, da autoria de 5 775 fotógrafos de 128 países de origem. Em 8 categorias diferentes (Notícias em destaque, Natureza, Desporto, Retratos, etc.) ela mostra-nos o melhor que se fez em fotojornalismo no ano de 2015.
O World Press Photo foi formado, em 1955, por um grupo de fotógrafos holandeses que quiseram organizar um concurso para exibir e promover os seus trabalhos junto dos seus colegas internacionais. Desde então, o evento cresceu e consolidou-se como o mais prestigiado prémio em fotojornalismo. A exposição é itinerante a nível mundial e é vista por 3 milhões e meio de pessoas anualmente.
Este ano, entre os vencedores está um português. Mário Cruz é de Lisboa, nasceu em 1987 e ganhou na categoria "Histórias", com uma impressionante colecção de fotografias intituladas: "Talibes, Modern-day Slaves". Ele faz um relato das condições (ou falta delas) nas escolas no Senegal. Tradicionalmente, é dada às crianças, entre os 5 e os 15 anos de idade, a educação religiosa do Corão e o ensino da língua árabe. As imagens falam por si.
(Photo Credits:Mário Cruz, Portugal)
Na categoria "Notícias em destaque", o tema da crise dos refugiados dominou as participações. Imagens após imagens de refugiados a procurar as costas do sul da Europa (principalmente na Grécia); refugiados caminhando em pequenos e grandes grupos; multidões de refugiados barradas nas fronteiras; apinhados em comboios; confrontando-se com a polícia.
Também a guerra na Síria; os ataques em Paris de janeiro e novembro; o devastador terramoto no Nepal e os tiroteios da polícia nos E.U.A., foram outros dos temas também apresentados. A fotografia vencedora (apresentada no cabeçalho), como foto do ano, é da autoria do australiano Warren Richardson. Intitulada "Hope for a new life", ela mostra-nos refugiados a passar a fronteira da Sérvia para a Hungria. Nesta foto, tirada na noite de 28 de agosto de 2015, podemos ver um homem e uma criança, que faziam parte de um movimento de pessoas que procuravam refúgio, tentando escapar antes de um bloqueio nas fronteiras.
Francis Kohn, director fotográfico da agência France Press e membro do júri deste W.P.P. comentou:
"Assim que vimos esta foto, soubemos que era importante. Tinha imensa força devido à sua simplicidade, especialmente devido ao simbolismo do arame farpado. Achámos que tinha todos os meios para nos dar uma visão poderosa do que se está a passar com os refugiados. Penso que é uma foto clássica e ao mesmo tempo intemporal. Ela retrata uma situação, mas a maneira que é feita é de um modo clássico, na verdadeira acepção da palavra."
A exposição do World Press Photo 2016 vai estar patente no Museu da Electricidade de 28 de abril a 22 de maio. Para mais informações clique aqui.
A meu ver é uma colectânea fascinante de observar, faz-nos viajar para o universo e momentos em que foram tiradas e, por isso mesmo, não me parece que seja um evento para se fazerem acompanhar dos vossos mais pequenos. As fotos estão carregadas de força emocional e visual (algumas bem explícitas) razão pela qual desaconselho a presença dos mais impressionáveis. Mas é sem dúvida um evento digno de visita.
Até para a semana.
Susana
A exposição do World Press Photo 2016 vai estar patente no Museu da Electricidade de 28 de abril a 22 de maio. Para mais informações clique aqui.
A meu ver é uma colectânea fascinante de observar, faz-nos viajar para o universo e momentos em que foram tiradas e, por isso mesmo, não me parece que seja um evento para se fazerem acompanhar dos vossos mais pequenos. As fotos estão carregadas de força emocional e visual (algumas bem explícitas) razão pela qual desaconselho a presença dos mais impressionáveis. Mas é sem dúvida um evento digno de visita.
Até para a semana.
Susana
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