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Desde que li um post da
Filipa Cortez Faria, no seu blog
MyHappyKids que eu acompanho há alguns anos, acerca da questão da hora de ir dormir dos seus filhos, que eu fiquei a pensar que deveria escrever um post acerca do tema. Este é sempre um assunto que dá pano pra mangas! A minha experiência é diferente com cada um dos meus filhos e os seus comportamentos vão mudando à medida que crescem...
Se há coisa que eu era fundamentalista é com a hora de ir para a cama e as rotinas de sono. Com a minha filha, que foi a primeira, fazia "tudo direitinho". Banho, jantar, uma história ( ou duas ou três :-) ) e cama. E, desde os seus 6 meses e até aos seus 4 anos, colocava uma música a tocar para lhe embalar o sono. A mesma, todos as noites, todos aqueles anos. A "música dos ó-ós" como ela pedia quando eu me esquecia de a ligar.
Lovely Sleepy Baby and the Sea de Raimond Lap. Podem encontrá-la no iTunes
aqui A verdade é que a música é uma ajuda preciosa. Acalma-os e coloca-os em "modo de dormida". Nada de luzes fortes, televisão e muitas agitações antes de dormir.
Até aos 2 anos de idade, e apesar de tudo isto, precisava de "me sentir" por perto até adormecer. Eu não precisava falar, não precisava de contacto físico mas se me ouvisse sair do quarto estava tudo estragado. Foi sobretudo a partir do momento em que começou a ir para a escola, aos 3 anos, que começou a deitar-se e "capotar". Dava-lhe um beijo de boas noites e saia do quarto. Quando acordava durante a noite, ia a casa de banho sozinha e voltava a deitar-se. Fase boa!
Como nunca tentou sair da cama de grades, eu estiquei ao máximo o tempo que consegui mantê-la lá. Apenas a mudei para a "cama de crescida" já com 3 anos e meio. Nunca tive com ela o problema de se levantar da cama para brincar e não ficar quieta e sossegada, para adormecer. Como acontece...com o seu irmão!
Mas esta foi apenas uma fase. No final dos seus 5 anos, começou a ter medo de estar sozinha e, por isso, começou a precisar novamente de companhia para adormecer. E há pouco tempo começou com pesadelos durante a noite, algo que era raríssimo ter. E apareceu mais um factor destabilizador do seu sono, que me tornou difíceis muitas noites...o seu irmão!
Pois é...agora o jogo mudou! Com ele, permito-me a alguns erros. Sempre o adormeci ao meu colo (sim, eu sei) mas colocava-o no berço e dormia a noite toda. Excepto quando ficava doente. Sempre que adoecia, se acordasse durante a noite não havia quem o calasse. E por mais que eu tentasse que não o fizesse, parecia que fazia por gritar bem alto para acordar a sua irmã. Pronto. Tudo estragado! Ela com medo de ficar sozinha no quarto e, ainda por cima, não gosta nada de o ouvir chorar. Ele que não queria ficar na cama...resultado? Tudo na minha cama.
Isto era algo impensável quando a minha filha era pequenina. Aliás, a primeira vez que ela dormiu comigo já tinha mais de 3 anos. Com ele não deu. Chegou a dormir quase diariamente na minha cama durante algumas semanas. Mas, uma vez recuperado totalmente, voltava a dormir a noite toda na sua. Mas, tal como a sua irmã com a sua idade, sempre precisou de companhia para adormecer. Uma vez adormecido, dormia a noite toda...enquanto dormiu na cama de grades!
Como este pestinha é de outra matéria-prima, claro que tentou saltar várias vezes as grades e tive, portanto, que o passar para a cama de crescido. Aliás, para a "gaveta" da cama, uma vez que como ainda é pequeno tenho medo que caia, mesmo com a barreira protectora. E aí começou o problema. Percebeu que pode levantar-se se quiser...Agora, a hora de dormir é uma luta. Não retirei ainda o berço do quarto, pois serve de elemento persuasor :-D "Miguel, se te levantares mais uma vez e te portas como um bébé, vou por-te a dormir na cama de bébés!" Funciona...mais ou menos. Quer levantar-se para ir dar beijinhos à irmã, para me vir dar beijinhos, para ir buscar um livro, para beber água... e isto comigo do lado dele. Deitá-lo na cama e ir-me embora? Ah! Seria lindo! Sempre que viro costas vejo-o empoleirado onde não deve!
Portanto, com ele, é uma "guerra" para que fique sossegado na cama. E ultimamente a coisa tem piorado. Começou por acordar de madrugada, pegar na sua "fá-fá", leia-se almofada, chuchas e vir invadir a nossa cama. Agora, acorda por volta da 23h/meia-noite e não quer ficar na cama sozinho. Mesmo que consiga adormecê-lo, no máximo, uma hora depois volta a acordar e o cenário repete-se...
Tal como a Filipa, não gosto de deixá-los a chorar desmesuradamente. Aliás, fiz isso uma vez com ele quando tinha uns 9 meses. Mas estava junto dele. Queria, porque queria que o tirasse do berço para vir para o meu colo...chorou quase 3 horas.. No dia seguinte, chorou menos um pouco e 2 dias depois, voltou a dormir a noite toda. Mas, um dia,voltou a adoecer e eu não fui capaz de voltar àquele sofrimento, dos dois. E a verdade é que ele. assim que se recuperava totalmente, voltava a dormir a noite toda. Algo o incomodava e queria o consolo do meu colo. E eu passei a não me incomodar com as regras todas e a ceder nas minhas convicções. Quer dormir na cama da mãe? Embora!
Ele está, actualmente, a atravessar uma fase má. Tem acabado na nossa cama, todas as noites. Mas não quero saber. Dentro em breve, também ele vai começar a ir para a escola. E, aí, o cansaço vai ajudá-lo a "capotar" e a dormir novamente a noite toda.
Entretanto, eu vou aproveitando ao máximo o prazer de ter, ao acordar, um pequerrucho na minha cama. Ou, como também acontece muitas vezes ultimamente por causa dos seus pesadelos, com os dois. Derreto-me quando os tento acordar e os vejo a agarrarem-se e aninharem-se um no outro. Há lá coisa melhor?
"Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe" é um velho ditado popular. E a minha experiência passada comprova-mo. Vou, por isso, continuar a acreditar nela.